Mais de 90% dos PCs foram invadidos no 1º semestre de 2008
Thiago Kuin | 7 de dezembro de 2008Mais de 90% dos usuários de computadores no Brasil detectaram a presença de algum tipo de programa invasor em suas máquinas no primeiro semestre de 2008. Em 60% dos casos, foram ameaças de captura de informações bancárias.
No uso doméstico, das 10 principais ameaças detectadas no Brasil, sete foram de softwares maliciosos (malwares), considerados perigosos por serem capazes de capturar dados, e as outras três de softwares indesejados, que, apesar de mais inofensivos, atrapalham os usuários inserindo quadros e procedimentos mesmo contra sua vontade.
Os dados fazem parte de um estudo divulgado pela empresa Microsoft e serviram de base para o debate entre especialistas na área realizado na terça-feira, 2 de dezembro, Dia Internacional de Segurança da Informática, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O levantamento mostra ainda que a quantidade total de softwares mal-intencionados e indesejados removidos de computadores em todo o mundo cresceu 43% no primeiro semestre deste ano e que os ataques ocorrem cada vez mais por meio de aplicativos (90%) e menos por meio de sistema operacional (10%).
Segundo o vice-presidente e diretor do departamento de Segurança da Fiesp, Igor Pípolo, a discussão de hoje é importante porque, apesar dos avanços tecnológicos, os usuários ainda não têm “educação” para utilizar os equipamentos de informática.
“Nós simplesmente abrimos e utilizamos até de maneira intuitiva sem nós darmos conta das nossas responsabilidades sobre a utilização”. Pípolo destacou que os impactos da utilização descuidada dos computadores têm sido sérios a ponto de as empresas perderem tanto em imagem, como em valores.
De acordo com o advogado especialista em direito eletrônico Renato Opice Blum, o Brasil ainda não tem uma legislação adequada para coibir e punir os crimes de Internet e a legislação existente cobre parcialmente 95% dos casos.
“Precisamos dentro dessa porcentagem melhorar a legislação existente para conseguir adequar a punição dessas condutas que acontecem pela Internet para a realidade atual”.
Ele apontou como um dos “absurdos” da falta de legislação adequada para os crimes de Internet o fato da invasão de um computador por parte de outra pessoa em esfera privada não ser considerado crime.
“Todos nós dependemos de computadores, das redes, dos sistemas e como é que nós podemos tolerar que essa conduta perante a nossa dependência não seja um crime? São essas lacunas que precisamos fechar”, afirmou.
Opice defendeu ainda harmonia na legislação dos principais países para evitar problemas que comprometam a velocidade dos tribunais em descobrir e quebrar sigilo dos provedores para identificar a origem da fraude.
“Nesse ponto eu faço um elogio aos tribunais brasileiros que conseguem identificar em 24 ou 48 horas. O problema não está na identificação, mas na repressão, em conseguir condenar a pessoa”.
O chefe da assessoria de Tecnologia da Informação do Departamento de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro, João Rufino, ressaltou que a segurança na Internet atualmente significa segurança social, das pessoas e da vida como um todo.
”Falar em segurança na web atualmente é falar da necessidade que todos nós temos de nos precaver e ter nossa prevenção no ambiente de tecnologia da informação”.
Segundo Rufino é preciso tratar o espaço da Internet como qualquer outro espaço de convivência. “Quando falar na Internet veja se conhece com quem está falando. As ações necessárias à prevenção são pessoais. É importante haver uma grande conscientização social em torno do uso de tecnologia”.
A IMAGEMATIVA está pronta para auxiliar você na remoção de virus e outros programas maliciosos do seu compuador. Fale conosco: (11) 3672-9488.